História
Análise Histórico-Social da Época da Reconstrução (1870)
Portugal tinha saído do domínio do Primeiro-ministro Marquês de Pombal, destituído por sua alteza real D. Maria I, iniciando-se um período de ascensão da nobreza em detrimento da burguesia.
Significava que as construções do momento seriam de grandes dimensões para demonstrar um estado socialmente poderoso e rico.
Com o sismo de 1 de Novembro de 1755 grande parte das construções existentes em Lisboa tinham sido destruídas, perante a catástrofe o Primeiro-ministro Marques de Pombal com o apoio do atelier Risco, desenvolveu um sistema construtivo que respondia às necessidades eminentes no momento. Rapidez, ligereza de estructura e resistencia a futuros terremotos.
Este sistema foi utilizado durante muito tempo, até á chegada das estruturas de betão e ferro.
Pela altura da reconstrução do Palácio da “Quinta dos Álamos”, as influencias das cortes nórdicas estavam implementadas na alta sociedade portuguesa. Podem verificar-se as semelhanças presentes em palácios da mesma época em distintos países onde o poder absolutista era uma realidade.
De estilo neoclássico e dimensões imperiais, denota uma austeridade e imponência próprias da clara demonstração de poder.
Frederico Tavares Bonacho, que ordenou a reconstrução do Palácio, tratava-se de uma pessoa bastante coerente e dotado de gosto requintado, cunhado de Manuel dos Anjos, este exercia funções de decorador na corte de D. Maria tendo acesso às tendências mais requintadas da altura. Por esse motivo são encontradas características semelhantes a palácios como o Palácio de Queluz, datados da mesma época.
Frederico Bonacho dos Anjos, seu sobrinho e herdeiro da Quinta dos Álamos (13.01.1877 – 03.1947), caracterizado como lavrador e artista.
Dedicou parte da sua vida ao estudo e desenvolvimento da técnica de fotografar e da revelação por meio do bromólio.
A sua sensibilidade social junto com o desenvolvimento da técnica, destacaram-no nos distintos eventos em que participou.
Para os seus trabalhos de investigação criou na zona posterior da casa o seu estúdio, onde controlava a luz natural através de cortinas e vidros translúcidos nas janelas, onde actualmente se encontra a zona da piscina. Para fazer a revelação das fotografias, criou unas câmaras escuras no rés-do-chão à porta de entrada.
Nas águas furtadas podemos observar uma composição das águas do telhado, diferente da restante estrutura da cobertura, supõem-se que estaria preparada para subir um piso mais, ou para colocar uma cobertura de vidro, à semelhança do que seu amigo e mestre, Carlos Relvas, tinha feito na sua casa estúdio, na mesma vila da Golegã.
Cronologia
1525-1536
Doação – D. Sebastião doou ao seu Aio D. Aleixo de Meneses, como forma de demonstração de gratidão pelos cuidados prestados.
21 de Agosto de 1801
Foral e Carta de Posse – D. Brás José Baltazar da Piedade da Silveira, 9º Marquês das Minas, torna-se proprietário, com administração do Conde de São Tiago, Dom Nuno Aleixo da Silva.
29 de Setembro 1819 até 1823 (durante 4 anos)
Arrendamento – Esteve arrendada Sr. Rafael José da Cunha pelo administrador da casa Dom Nuno Maria José Baltazar da Piedade da Silveira.
1856
Herança – D. Pedro, herda por morte de seu pai D. Braz.
1867
Herança – Mãe de D. Pedro, D. Eugénia de Sousa Holstein (Marquesa de Minas), herda por morte de seu filho.
8 de Março 1871
Venda – D. Eugénia de Sousa Holstein, Marquesa de Minas, viúva, vende a Frederico Tavares Bonacho (cunhado de Gaspar Gomes dos Anjos decorador da corte de D. Maria e cofundador da Escola de Belas Artes de Lisboa) que faz a Reconstrução do Palácio
28 de Março de 1910
Herança – Frederico Bonacho dos Anjos (fotografo), sobrinho de Frederico Tavares Bonacho (solteiro), herdou do seu tio.
24 de Abril de 1964
Herança – Gaspar Bonacho dos Anjos, herda de seu pai Frederico Bonacho dos Anjos.
1970
Venda – Gaspar Bonacho dos Anjos vende a Sommeran (Fernando Sommer de Andrade).
28 de Abril de 1980
Venda – Sommeran vende a Irmãos Mota Lda. Actuais donos.